Artigo | Uma pausa no mundo
Quem acreditaria que um dia o mundo pararia? Talvez alguns sim, outros não.
Já são décadas que pesquisas são feitas revelando que o grau de estresse na população vem aumentando de forma alarmante, gerando preocupação em algumas áreas e causando prejuízos em outras. São mulheres e homens colapsando com o desdobramento em duas, três, quatro ou mais funções simultâneas. São crianças e jovens deprimidos e se desenvolvendo em meio a um cenário de muita cobrança e pressão, ao mesmo tempo, criados de maneira isolada ou por terceiros, sofrendo com um enorme gap familiar. É uma época em que o isolamento social já vem ocorrendo de maneira gradativa e singela. Pessoas que estão com os seus corpos próximas a outras, mas a sua mente totalmente distante.
Não que isto seja culpa da tecnologia, na verdade a tecnologia é uma aliada muito importante para o desenvolvimento social e dos negócios. O problema é a falta de equilíbrio das pessoas, não da tecnologia.
Este ritmo tão frenético e intenso faz com que o tempo passe e nem se quer nos damos conta do que está acontecendo literalmente ao nosso lado. Esta forma intensa de viver vai consumindo as energias e aos poucos levando a um esgotamento profundo. Normalmente só percebemos quando estamos no limite ou depois dele. Esta é a forma mais comum de “parar” de forma repentina.
Pois é, o mundo tão acelerado também está parando. Em alguns países já parou. A mídia já fala em “o maior apagão aéreo da história”. São viagens dos sonhos programadas há meses ou há anos que simplesmente em questão de poucos dias foram canceladas. As notícias em jornais e postagens de pessoas comuns mostram maravilhosos pontos turísticos pelo mundo fechados ou totalmente vazios. São festas, reuniões e enormes eventos simplesmente cancelados. Algo que muitos não imaginariam que pudesse acontecer. Mas aconteceu e está acontecendo. O mundo parou.
Agora, em meio a esta desaceleração é tempo de rever quais são as prioridades. É uma oportunidade de se organizar, criar novas metas, rever os objetivos e perceber o que de fato importa. Quem sabe assim perceber que não temos o controle remoto da nossa vida e muito menos do mundo. Mas temos o poder de decisão de querer aprender com cenários complexos e com isso transformarmos em seres humanos melhores: equilibrados.
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