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Estudo | Transformação ágil: o mito das certificações para profissionais ágeis

Estudo | Transformação ágil: o mito das certificações para profissionais ágeis

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A busca por conhecimento é uma característica comum entre os profissionais que aspiram crescer em suas carreiras. Essa atitude é realmente louvável e digna de reconhecimento, afinal, trata de uma jornada que demanda tempo, esforços e sacrifícios. Os benefícios são vários, mas o principal está na tranquilidade de saber que é natural usufruir rapidamente dos resultados dessa jornada. Além disso, é confortante ter a consciência de que todo esse empenho levará a um crescimento não somente profissional, mas também pessoal e cultural.

Nesse contexto, as certificações, se apresentam como uma maneira de comprovar o domínio de um conhecimento específico. Isso por meio de instituições reconhecidas pelo mercado, preferencialmente em nível global. No âmbito da tecnologia elas se multiplicaram exponencialmente nos últimos anos. Esse número se intensifica ainda mais quando está envolvido o universo da agilidade (agile). São certificações para Scrum Master, Product Owner, Agile Coach, entre outros. Essas citadas tratam basicamente de papeis exercidos em organizações ágeis. Porém, existem também as certificações específicas para os frameworks, tais como o SAFe, Kanban, XP, BDD, Scrum, Management 3.0, enfim, uma infinidade de certificações para papeis, posições, frameworks e artefatos. Todas elas muito bem intencionadas em apoiar a transformação ágil e digital em organizações.

O quadro abaixo consolida as certificações das quatro organizações mais relevantes dentro do ambiente ágil. Através dele é possível ter dimensão do volume e diversidade das certificações existentes, tendo claro que essas são apenas aquelas relacionadas ao ambiente ágil. Isso que dizer que existem muitas outras correlacionadas, principalmente ao meio tecnológico.

QUADRO 1: Certificações ágeis consolidadas.

Source: Moving Transformation By

Pode-se notar que o quadro é apenas um resumo, sem apresentar as características e diferenças, tampouco os pontos positivos e negativos. Isso porque não é objetivo desse estudo detalhar a proposta das certificações, além de não ter intenção de recomendar uma ou mais delas. Com base nisso, a reflexão proposta neste artigo é justamente a respeito do quanto uma certificação de fato gera valor e competitividade a um profissional no mercado de trabalho. O convite para iniciar essa reflexão é responder a seguinte pergunta:

“O que você pensa quando encontra um profissional no LinkedIn em que seu nome e sobrenome é composto por uma lista de certificações?”

Certificados x Realidades

A visão da Moving a respeito dessa reflexão é bem peculiar, pois coloca um contraponto no movimento que o mercado faz ao difundir tantas certificações. O primeiro elemento que colaborou para a construção dessa visão nasceu após experimentar a participação em cursos e workshops preparatórios para certificações como o Scrum, por exemplo. Nesse espaço, com muita frequência o facilitador faz uso de frases como:

a) “…se você quer passar na prova, responda isso, mas na prática não funciona assim…”
b) “…nesse curso você será preparado para ser aprovado na certificação, mas na prática as coisas são diferentes…”

Quando surgiam dúvidas, o facilitador perguntava se “…você quer a resposta para a certificação ou para vida prática…”. Essa experiência, acendeu um alerta amarelo para as a real validade das certificações. Sinalizando que alguns profissionais, mesmo que certificados, podem não possuir o conhecimento realmente necessário para viver um papel ágil no como Scrum. Tampouco para ensinar e implementar um framework ou até para conduzir uma transformação ágil de uma organização.

Depois de aprofundar nos conhecimentos requeridos para algumas certificações, foi percebido também que elementos como cultura, clima, ambiente e grau de incerteza não são levados em consideração com o peso necessário. De acordo com a experiência vivida pelo time da Moving em projetos de transformação ágil e digital, esses elementos são fundamentais para que essa jornada aconteça de maneira exitosa. Tal realidade afasta a certificação do real trabalho a ser desenvolvido para que uma organização supere os desafios de transformação ágil. Além de diminuir a expectativa que se deve criar ao integrar a equipe um profissional repleto de certificações.

Um outro elemento que consolida a visão da Moving a respeito das certificações em agilidade se refere a capacidade de criação de soluções, frameworks e formas de trabalho nunca antes vistas. Essa capacidade criativa e adaptativa, extremamente comum e útil dentro do mindset ágil não pode ser medida em uma certificação. Essa realidade também faz com que o número novas práticas ágeis seja muito grande, crescendo também em uma velocidade incrível. Assim, não podem ser acompanhadas e incorporadas por uma instituição, por maior que seja o seu reconhecimento de mercado.

O ultimo dado relevante para essa conclusão foi uma pesquisa realizada pelo time da Moving no LinkedIn. Esse trabalho analisou diversas oportunidades de trabalho disponibilizadas na plataforma. Todas elas relacionadas a transformação ágil e digital. A principal descoberta foi que apenas 5% das posições apresentavam as certificações como requisito. Aquelas que apresentavam as certificações como desejável alcançaram 10% da amostra. Assim 85% delas não citavam o requisita de certificação, nem mesmo como desejável.

Em complemento, também foi feito contato com parte das organizações que apresentavam alguma certificação como requisito, mesmo que desejável, em busca de obter resposta para a seguinte pergunta:

“Você contrataria um profissional (a) com um perfil interessante e alguma vivência prática ou (b) um profissional com uma ou mais certificações mesmo que sem nenhuma vivência prática?”

A resposta em unanimidade foi a primeira opção. O profissional com um bom perfil e alguma vivência prática. Algumas ainda disseram que “… a técnica nos mesmos podemos proporcionar ao novo integrante, mas o comportamento adequado não”. Ou seja, a principal busca está no perfil comportamental adequado.

Depois de toda esta reflexão a conclusão encontrada pelo time da Moving é que o conhecimento promovido pelas certificações pode até ser válido para um profissional ágil. Porém, elas por si não garantem a habilidade para vivenciar um ambiente ágil e principalmente parar liderá-lo.

Alinhado a essa visão, ao responder questionamentos a respeito da necessidade ou importância das certificações, a Moving faz uso de uma frase de seu fundador, que é:

“Se você tem uma certificação, vamos juntos rasgá-la em uma conversa e descobrir o conhecimento que ficou, pois ele sim é valioso!”

Por fim, é importante deixar claro que as oportunidades para atuar como um profissional ágil são inúmeras. Posições como Scrum Master ou Agile Coach por exemplo, surgem aos montes todos os dias no LinkedIn. Isso quer dizer que de fato há um grande mercado a ser explorado. Além de ser uma área que remunera relativamente bem os seus especialistas. Porém, a mensagem final que esse estudo busca transmitir é que a certificação por si não é suficiente para garantir a sua participação nesse oceano de oportunidades. Diferentemente do que vários “gurus” das certificações andam prometendo. Dessa forma, a palavra recomendada para as pessoas que em busca de se especializar no universo ágil é: precaução!


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